Strong Europe Tank Challenge 2018

Strong Europe Tank Challenge 2018

Figura 1: Panfleto de divulgação
Fonte: https://defence…
 

A terceira edição do Strong Europe Tank Challenge aconteceu de 04 a 08 de junho do corrente ano, na Base Militar Americana de Graefenwoehr, na Alemanha. O evento foi organizado pelo Exército Americano e pelas Forças Armadas Alemãs. Brasil, Israel, Grécia e Croácia enviaram observadores militares independentes para acompanhar o evento.

A competição contou com unidades militares de 8 países que falam 6 idiomas diferentes: Suécia (Wartofta Tank Company, Skaraborg Regiment), Reino Unido (Queen's Royal Hussars), França (1er Régiment de Chasseurs, 1st Hunter Regiment), Áustria (6th Tank Company, 14th Panzer Battalion), Polônia (34th Armoured Cavalry Brigade), EUA (2nd Battalion, 70th Armored Regiment, 2nd Armored Brigade Combat Team, 1st Infantry Division), Ucrânia (1st Tank Company, 14th Mechanized Brigade) e Alemanha (3 Panzer Battalion). Cada time foi composto por um pelotão (Pel) a 4 carros de combate (CC). As plataformas blindadas utilizadas foram: Stridsvagn 122 (Suécia), Challenger 2 (Inglaterra), Leclerk (França), Leopard 2 A4 (Áustria), Leopard 2 A5 (Polônia), Abrams M1A2 SEP v2 (EUA), T-84 Oplot (Ucrânia) e Leopard 2A6M+ (Alemanha).

Treze oficinas ocorreram ao longo de 5 dias. Nos 4 primeiros foram realizadas oficinas de execução individual pelos pelotões. No quinto e último dia foram realizadas atividades de execução simultânea pelos competidores.

As competições individuais nível pelotão foram as seguintes:

1. Defesa química, biológica e nuclear (DQBN): foi simulado um ataque químico contra um dos CC do Pel. Os três carros restantes deveriam realizar todos os procedimentos para socorrer seus companheiros afetados pelo agente químico;

2. Evacuação Médica: uma guarnição de CC deveria executar os primeiros socorros em feridos encontrados na oficina. O atendimento de combate a hemorragias, queimaduras e parada cardiorrespiratórias foram trabalhadas durante a atividade;

3. Conduta Auto: o motorista do CC deveria executar um percurso em duas etapas. Na primeira, com seus periscópios obstruídos e com as câmeras desligadas, o motorista deveria conduzir o blindado apoiado somente nas orientações do comandante do carro. Na segunda, sem nenhuma restrição visual, o motorista executa o restante do percurso o mais rápido possível;

4. Condução de fogos indiretos: o comandante de pelotão deveria ocupar um P Obs e após identificar os alvos, locá-los na carta e solicitar fogos de artilharia. Após isso, deveria corrigir o tiro e solicitar fogos de eficácia;

 

Figura 2: Condução de fogos indiretos
Fonte: Maj Fagundes - Integrante da COMFIMA Leopard/Gepard
 

5. Operações ofensivas: O Pel CC deveria realizar um ataque enquadrado dentro de uma SU. Os inimigos são simulados por alvos do tipo “pop up” desdobrados a distâncias de 1,5 a 2 km. São simuladas ações DQBN e concentração de artilharia sobre o Pel, obrigando os competidores a avançar e recuar no terreno constantemente. Dois critérios foram avaliados: a técnica de tiro (impacto no alvo), de maior peso, e a parte tática da fração;

6. Operações Defensivas: O Pel CC, novamente enquadrado em uma SU, deveria realizar uma defensiva. Essa defesa é mais dinâmica que uma defensiva estática usual. O Pel se desloca até uma linha de controle em duas seções e começa a enganjar os inimigos, que aparecem do afastado para o próximo, simulando a aproximação de tropas. Foram simulados fogos indiretos na posição do Pel obrigando-o a mudar de posição. São apresentados 28 alvos no total, simulando blindados e tropa a pé. Tanto os alvos móveis quanto os fixos permaneceram expostos apenas por 30 segundos. Além da técnica de tiro e da parte tática, a exploração rádio e o correto reporte da situação também foram avaliados;

7. Reportes de combate: o Pel CC deveria ocupar um P Obs e monitorar uma pequena cidade. Elementos Essenciais de Informação (EEI) como inimigo presente, atividades QBN e movimentação de tropas deveriam ser reportados via rádio;

 

Figura 3: Oficina reportes de combate
Fonte: Maj Fagundes - Integrante da COMFIMA Leopard/Gepard
 

8. Avaliação e determinação de distâncias: em um estande de tiro, o Pel deveria ocupar uma posição e avaliar a distância dos alvos que eram apresentados. Dez alvos do tipo “pop-up” foram utilizados em distâncias de 500 a 2000m, com um tempo de aparição de 15 a 30 segundos; e

9. Tiro de pistola: todo Pel deveria executar uma pista de tiro prático, em posições diversas, inclusive de dentro do CC.

 

Figura 4: Oficina tiro de pistola
Fonte: Maj Fagundes - Integrante da COMFIMA Leopard/Gepard
 

Ao final do quinto dia, a Alemanha sagrou-se campeã do evento, seguida da Áustria e da Suécia.

Padronizar procedimentos entre aliados é uma atividade que empenha muito esforço. O idioma e a cultura organizacional da cada país são obstáculos naturais a serem superados. O principal objetivo do evento é aprimorar o adestramento dos Pel CC e a interoperabilidade entre as tropas blindadas da OTAN. O fator competição é apenas uma ferramenta para catalizar os esforços.

O Exército Brasileiro também emprega “competições” para aprimorar a capacitação de suas tropas. Um exemplo é o desafio dos blindados, atividade organizada pelo Centro de Instrução de Blindados General Walter Pires que ocorrerá na Guarnição de Santa Maria no período de 27 a 31 de agosto do corrente ano. Nela participarão seções de carros de combate do 1º, 3º, 4º e 5º RCC.

 

  Fontes:
 

-http://www.defesanet.com.br/tank/noticia/29580/OTAN-%E2% 80%93-Strong-Europa-Tank-Challenge-201

 

-Relatório de missão “Strong Europe Tank Challenge

 

-https://defence.pk/pdf/threads/strong-europe-tank-challenge.561 554/

 

AÇO, BOINA PRETA, BRASIL!

Luis Felipe Martins Aguiar - Maj Cav
Chefe da Seção de Doutrina do CI Bld
Carlos Alexandre Geovanini dos Santos - Ten Cel
Comandante do CI Bld