O Simulador Virtual Battlespace 3 (VBS 3)
Os simuladores militares são ferramentas criadas com finalidades bem definidas, voltados ao tipo de tropa e escalão que o usará. Eles geram economia de recursos, munição e combustível, garantem uma maior eficácia no adestramento da tropa, reduzem os riscos de acidentes com pessoal e incidentes e proporcionam uma maior fidelidade no treinamento para o combate.
Atualmente a simulação é classificada em: construtiva, virtual e viva. Na simulação construtiva o foco está no trabalho de comando conduzido por um Estado-Maior, sendo o resultado do planejamento lançado nos computadores, que através de um Software, tomando por base dados médios de planejamento e dados técnicos de equipamentos, realiza a simulação da manobra planejada e determina o resultado do combate simulado. No Exército Brasileiro, o simulador COMBATER é um exemplo desse tipo de simulação.
Na simulação virtual, o simulador pretende reproduzir, com diferentes graus de fidelidade, o equipamento a ser empregado pelo operador. No Simulador Virtual Tático, são simuladas pessoas e viaturas em um ambiente virtual, possibilitando a aplicação de técnicas, táticas e procedimentos (TTP) de pequenas frações, normalmente até o nível Subunidade.
Esse modelo de simulação facilita em muito a didática devido ao seu alto grau de realismo tático e por não gerar riscos à segurança, podendo o militar passar por situações complexas que de outra forma poderiam atentar contra sua própria segurança. Como exemplo temos o Virtual Battlespace 3 (VBS 3) e Steel Beasts.
Por último temos a simulação viva, em que o homem, a viatura e o terreno são reais, porém equipados com diversos sensores, o que proporciona maior realismo à atividade. O Dispositivo de Simulação para Engajamento Tático (DSET) é um exemplo deste tipo de simulação.
O VBS 3 se enquadra na simulação virtual e permite que todo o ambiente seja modificado conforme a necessidade da instrução militar. São criadas situações táticas, em um ambiente controlado, onde o militar pode testar os conhecimentos adquiridos nas instruções. Uma grande manobra pode ser pausada a qualquer momento para que se realize uma análise pós-ação e, assim que concluída, seja continuada da maneira como estava. Com os erros cometidos tendo sido expostos e corrigidos, se necessário, praticamente instantaneamente se reinicia toda a manobra.
O VBS 3 é utilizado como ferramenta tanto no Treinamento de Técnicas, Táticas e Procedimentos em Ambiente Virtual (TTAV) realizado pelas Organizações Militares Blindadas e Mecanizadas do Exército Brasileiro e pelo Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais da Marinha, como nas instruções dos Cursos de Operação e dos Estágios Táticos do CI Bld.
Esse simulador possibilita o emprego simultâneo, em larga escala, de vários tipos de recursos diferentes, tais como: apoio de fogo de artilharia, morteiro e aeronaves, campos minados, observação aérea, viaturas lança ponte, dentre outros.
O simulador também permite que sejam criadas situações táticas de alta intensidade para que sejam praticadas as TTP nas mais diversas situações, como obtenção de informes, contato com o inimigo e resposta ao fogo.
Esse tipo de simulador demonstra-se, por fim, uma ferramenta fundamental no preparo da tropa e na capacitação individual dos militares pela facilidade em abordar situações didáticas e por podermos recriar a situação que desejarmos, sem risco para a tropa e com economia de recursos. Este simulador não substitui a simulação viva, mas agrega muito valor a instrução.
Luciano Osório de Oliveira – 3º Sgt Inf
Monitor do CI Bld
Carlos Alexandre Geovanini dos Santos – Ten Cel
Comandante do CI Bld