Planejar faz parte da rotina do militar desde os primeiros dias da vida castrense. O profissional das armas sabe que um planejamento bem executado facilitará o sucesso da missão. Nesse contexto, serão abordadas as missões de planejamento para reconhecimento e observação com uso de TI.
RECONHECIMENTO – Operação cujo propósito é obter informações referentes às atividades e meios do inimigo ou coletar informações de caráter geográfico, hidrográfico, meteorológico e eletrônico, referentes à área provável de operações.
Antes de se deslocar uma tropa para uma missão de Reconhecimento, se faz necessário o estudo do terreno à luz da carta. Nesse reconhecimento preliminar, são planejadas ações que a tropa deverá executar para responder as dúvidas sobre condições de trafegabilidade das vias, capacidades das pontes, prováveis posições inimigas, e tantos outros dados que são negados sobre o terreno (principalmente quanto a trafegabilidade de blindados), o inimigo, seus meios e suas possibilidades e informações sobre a população da área de interesse.
OBSERVAÇÃO – Missão especifica da tarefa de ligação e observação que tem por objetivo o controle da precisão dos disparos de artilharia e a vigilância sobre áreas, itinerários e movimento de tropas.
Uma das missões clássicas de observação é o monitoramento de uma Região de Interesse para a Inteligência (RIPI), que é uma área, rota ou ponto específico onde se espera que aconteça uma atividade inimiga. As regiões de interesse para a inteligência são locadas no calco de eventos, de forma a permitir levantar a linha de ação, adotada pelo inimigo.
Diante dessas duas atividades de busca do dado negado, podemos além do estudo e o planejamento a luz da carta, calcos, esboços, fotografias aéreas, fazer uso da Tecnologia da Informação (TI) disponíveis na rede mundial de computadores.
Após definição do planejamento da missão, e tendo utilizado cartas topográficas, que na maioria das vezes estão desatualizadas em relação à vegetação, estradas e localidades, pode ser que esse planejamento seja comparado através de um estudo da área de operações com o auxilio de um sitio livre como por exemplo: Google Maps, Google Earth, Wiki Mapia, IBGE, etc...
Também nessa linha de pesquisa e busca pelo maior número de informações da área de interesse, na fase de planejamento, o Geoportal do Exército Brasileiro, por intermédio do Banco de Dados Geográficos do Exército – BDGEx, mediante cadastro, disponibiliza Download de cartas e pesquisa referente a Abastecimento de Água e Saneamento Básico, Administração Pública, Educação e Cultura, Energia e Comunicações, Estrutura Econômica, Hidrografia, Limites, Localidades, Pontos de referência, Relevo, Saúde e Serviço Social, Sistema de Transportes e Vegetação, que podem ser carregados ou suprimidos de um mapa de acordo com a necessidade do usuário.
No contexto do combate moderno e nas operações de amplo espectro, quanto mais informações e meios o planejador tiver a respeito da área de atuação, mais vidas poderão ser poupadas evitando o efeito colateral indesejado por todos. Essas ferramenta de TI podem ser utilizadas por todos os escalões no nível de planejamento e emprego tático.
O Exército Brasileiro, nos últimos anos, vem empregando essas ferramentas em diversas operações em apoio a órgãos do Governo Federal, como por exemplo a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, ou em Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Inserido nessas missões, ainda estão os grandes projetos estratégicos do Ministério da Defesa (MD) com sua gama de novas tecnologias embarcadas que dividirão espaço físico com as cartas topográficas, os escalímetros, a bússola e tantos outros instrumentos de suma importância em operações.
Essa tecnologia que ao poucos vem fazendo parte do dia a dia da tropa, seja ela mecanizada ou blindada, já é realidade de muitos exércitos que possuem ao seu dispor informações georreferenciadas em tempo real, fornecidas por satélites. Realidade essa que em pouco tempo deverá estar a disposição das Forças Armadas com a colocação em órbita do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas 1 (SGDC-1).
Com essas informações orbitando em nossos capacetes e em nossos blindados, não podemos ser surpreendidos com o advento da tecnologia, devemos buscar sempre o autoaperfeiçoamento e estarmos em condições de responder a altura os anseios da Força Terrestre.
Visão de Futuro do Exército
“Até 2022, o processo de transformação do Exército chegará a uma nova doutrina – com o emprego de produtos de defesa tecnologicamente avançados, profissionais altamente capacitados e motivados – para que o exército enfrente, com os meios adequados, os desafios do século XXI, respaldando as decisões soberanas do Brasil no cenário internacional[¹].”
Exemplo prático de uma atividade elaborada na carta topográfica e o mesmo planejamento logo após realizado através do aplicativo Google Maps:
1. Planejamento de Reconhecimento de Ponte:
Legenda: Extrato de Carta 1/25.000 normalmente utilizada nos níveis Pelotão/Subunidade.
Legenda: Imagem da região obtida do Google Maps.
2. Planejamento de Zona de Reunião:
Legenda: Extrato de Carta 1/50.000 normalmente utilizada nos níveis Unidade/Grande Unidade.
Legenda: Imagem da região obtida do Google Maps.
ORGULHO DE SER SARGENTO !
AÇO, BOINA PRETA, BRASIL!
Sandro Volnei Zimmerman – S Ten
Monitor do CI Bld
Varlei Edemundo Batista da Silva – S Ten
Adjunto de Comando do CI Bld
Aprovado pelo Cel Ádamo Luiz Colombo da Silveira
Comandante do Centro de Instrução de Blindados
FONTE: Disponível em < http://www.eb.mil.br/missao-evisao-de-futuro>Acesso em: 8 jun. 2017