Modernização do sistema pneumático da Viatura Blindada de Transporte de Pessoal EE 11 - URUTU
A VBTP (Viatura Blindada de Transporte de Pessoal) EE - 11 URUTU, fabricada na década de 70 pela empresa Engesa S/A, é um veículo blindado, anfíbio, com chassi montado sobre rodas, utilizado para transporte de pessoal, possuindo ainda outras aplicações no meio militar, como ambulância, oficina, etc. Possui alto desempenho em terra e na água, com um sistema de tração total, ou seja, possibilidade de tração 6x4, 6x6 e bloqueio do diferencial traseiro, este montado com um sistema de boomerang¹, e suspensão dianteira independente. Este tipo de suspensão, tanto traseira como dianteira, permite a VBTP URUTU enfrentar terrenos de difícil deslocamento, absorvendo os impactos provenientes do terreno e garantindo o desempenho exigido para este tipo viatura.
Ao longo de sua fabricação, a VBTP URUTU sofreu algumas modificações, sejam mecânicas ou estruturais. A primeira versão, era dotada de um sistema eletropneumático responsável pelo acionamento mecânico da tração dianteira, reduzida, bloqueio do diferencial traseiro, bomba de porão, pressurização da transmissão e sistema de navegação. Este texto, visa abordar e dissertar a respeito da modificação desenvolvida no Parque Regional de Manutenção da 3ª Região Militar (PqRMnt/3), no ano de 2005, visando minimizar falhas e diminuir os custos com a manutenção da viatura.
No ano de 2005, o PqRMnt/3, recebeu a VBTP URUTU, para realizar a manutenção e verificou-se que boa parte apresentava os seguintes sistemas danificados: caixa de transferência e redução com engrenagens quebradas, engrenagens do boomerang quebradas, semi-árvores da tração traseira quebradas, diferenciais danificados, conjunto de acionamento eletropneumático danificados, entre outras avarias na viatura.
Das análises feitas, foi observado que os interruptores elétricos responsáveis pelo acionamento elétrico dos solenóides e estes responsáveis em mudar o sentido dos diversos atuadores da viatura URUTU, criavam uma oxidação e esta vinha a fechar o contato de acionamento involuntário de um determinado sistema, quando em movimento, danificando um determinado sistema.
Também, boa parte dos solenoides elétricos, estavam com seu dispositivo de acionamento interno emperrado, devido à umidade e, assim acabavam provocando vazamento de ar, quando algum sistema era acionado.
Os interruptores do painel localizavam-se em posição muito próxima da direção, tornando-os vulneráveis ao acionamento involuntário por parte do motorista.
Face ao exposto, ainda em 2005, foi incorporado um sistema de acionamento mais simples, composto por um painel com válvulas de controle direcional de fluxo de ar, tubulações flexíveis e engates rápidos nos atuadores, desta forma, tornou-se um sistema mais operacional, mais acessível para as atividades de manutenção, maior confiabilidade e fácil aquisição de peças, eliminando-se os interruptores elétricos, válvulas solenoides, fiação elétrica.
Percebe-se portanto, que com esta modificação, a VBTP URUTU na versão mais antiga, passou a contar com maior confiabilidade para a operação no terreno e com menor custo de manutenção para a Instituição.
Em relação aos cursos de manutenção de chassi da Vtr URUTU, tenho a certeza de que cada vez mais precisaremos de mecânicos com uma visão crítica, por se tratar de uma viatura antiga e de difícil aquisição de peças no comércio. Cabe ressaltar também a importância no que se refere a manutenção preventiva, pois julgo esta de extrema necessidade, devendo ser destinada uma atenção especial por parte da guarnição da viatura, encarregado de manutenção da subunidade e fiscalização contínua por parte da oficina de manutenção da Unidade, com a finalidade de evitar possíveis problemas nos componentes da Vtr URUTU.
ORGULHO DE SER SARGENTO !
AÇO, BOINA PRETA, BRASIL!
Jolcemar Guterres dos Santos – 1° Sgt MB
Monitor do CI Bld
Varlei Edemundo Batista da Silva – S Ten
Adjunto de Comando do CI Bld
Aprovado pelo Cel Ádamo Luiz Colombo da Silveira
Comandante do Centro de Instrução de Blindados
¹ É um componente ENGESA concebido com a finalidade de equipar o veículo com 4 rodas motrizes traseiras por intermédio de um só diferencial.