A Forja 60
BUMERANG: TRANSPORTE E TIRO DO M60 NA AMAZÔNIA
Cap Vitório – CI Bld
Figura 1: M60 disparando em Boa Vista
No dia 12 de setembro, o 9º Grupamento Logístico (9º Gpt Log) deu início à missão de transporte de uma Viatura Blindada de Combate Carro de Combate (VBCCC) M60 A3 TTS do 20º Regimento de Cavalaria Blindado, em Campo Grande (MS), para a guarnição de Boa Vista (RR), em um trajeto de cerca de 8500km. O percurso incluiu vias terrestres e fluviais, com o apoio de organizações militares diversas, situadas ao longo do itinerário.
A 1ª Brigada de Infantaria de Selva conduziu o tiro do M60, realizado na Serra do Tucano, município de Bonfim. É a primeira vez que um Carro de Combate opera e dispara no Teatro de Operações da Amazônia e no extremo setentrional do Brasil. A guarnição CC disparou sete vezes no Lavrado (terreno similar ao cerrado de Goiás), em Roraima (RR).
O transporte da viatura tem por objetivo incrementar a interoperabilidade e o adestramento das atividades relativas ao Grupo Funcional Transporte, com a experimentação doutrinária do 9º Batalhão de Transporte, Unidade Logística em caráter experimental, orgânica do 9º Gpt Log.
Figura 2: Início da missão no 9º Grupamento Logístico
A missão visava, além do comportamento operacional da viatura (tiro e deslocamento no Lavrado), estipular os principais pontos para o planejamento de deslocar um esquadrão ou até um Regimento de Carros de Combate (RCC) para a Região Amazônica.
No nível Unidade, o objetivo foi incrementar a interoperabilidade e o adestramento das atividades relativas ao Grupo Funcional Transporte, com a experimentação doutrinária do 9º Batalhão de Transporte, Unidade Logística em caráter experimental orgânica do 9º Gpt Log.
CONCLUÍDO O PRIMEIRO LOTE DE M113 BR
2º Sgt Pinheiro – CI Bld
Figura 3: M113 desmontado para modernização no Pq R Mnt/5
Foi concluída no final de outubro a modernização do primeiro lote de 150 unidades da VBTP M113 B, que passa a ser denominada M113 BR.
A modernização da VBTP M113 B é resultado de parceria firmada entre o governo brasileiro e o governo americano, por meio do sistema de contrato Foreign Military Sales (FMS). Nesse sistema, o governo americamo elegeu a empresa BAE Systems para fornecer os kits de peças.
O trabalho nas instalações do Parque Regional de Manutenção da 5ª Região Militar (Pq R Mnt/5) segue a lógica do modelo Toyota de produção. Foi estabelecido um ritmo em que o trabalho em uma etapa depende da execução eficiente e oportuno da etapa anterior. Os quadros e diagramas para controle visual desenham o circuito que os M113 percorrem ao longo da modernização e apontam as metas do que precisa ser cumprido semanalmente para que o ritmo se mantenha constante.
No processo completo de modernização, cada chassi é desmontado, lavado, jateado para remoção da pintura antiga, lavado novamente, soldado para reparar danos no casco, e lavado uma terceira vez para remover resíduos de graxa, jateamento e solda. A solda utiliza argônio a 99% de pureza. Para esse trabalho, os militares foram capacitados com curso de 180 horas ministrado pela BAE Systems.
O protótipo do M113 no qual são testadas e incorporadas inovações e soluções desenvolvidas pelo próprio EB com base no emprego da viatura. Um exemplo é a lagarta de borracha, fornecida pela empresa canadense Soucy, que permite à viatura rodar no asfalto, criando menos vibração e respondendo melhor aos comandos do motorista, além de executar de forma eficiente os requisitos de flutuação e navegação. Outra adaptação foi a troca das lâmpadas incandecentes dos farois por diodos emissores de luz (LED, na sigla em inglês), que emitem mais luz e duram mais tempo.
Outros ganhos do processo implantado e que está tendo reconhecimento pela própria BAE Systems é o trabalho em estrutura de alumínio de blindagem. A metalurgia do Alumínio de blindagem é mais complexa que o aço balístico. O domínio adquirido pelo Pq R Mnt/5 poderá criar oportunidade para futuros trabalhos de modernização.
O contrato para a modernização do segundo lote (236 viaturas) já está firmado, com a projeção de início dos trabalhos em janeiro de 2016.
TORRE 40mm GANHA ESPAÇO NO CENÁRIO INTERNACIONAL
Maj Mauro – CI Bld
Figura 4: Sistema de Armas Encapsulado (Cased Telescoped Weapon System)
O Cased Telescoped Armament System (Sistema de Armas Encapsulado), ou simplesmente CTAS, é composto por munições onde o projétil é ou parcial ou totalmente envolvida pelo propelente, bem como um canhão com sistema de carregamento para os lados, por meio de munhões. Essa disposição proporciona mais espaço na torre, garantindo mais conforto e segurança à guarnição.
O projeto foi desenvolvido pela CTA International (CTAI), um consórcio formado pelas empresas BAE Systems (Reino Unido) e NEXTER Systems (França).
Esse Sistema de Armas tem se mostrado adequado para veículos blindados concebidos para missões de reconhecimento e apoio de fogo, em razão de seu peso relativamente baixo (cerca de 4 toneladas).
Figura 5: Munição Cased Telecoped (à direita)
Munição Cased Telecoped (à direita) REINO UNIDO Em julho deste ano, o Reino Unido anunciou a contratação da CTAI para o fornecimento de 515 canhões, que equiparão os novos veículos de reconhecimento Scout SV, bem como farão parte do programa de modernização da viatura blindada Warrior.
Figura 6: Warrior modernizado, equipado com CTAS
Somente para a aquisição dos 515 CTAS serão investidos 150 milhões de libras esterlinas, aproximadamente 840 milhões de reais.
FRANÇA A empresa NEXTER Systems apresentou na IDEX 2015, feira de defesa em Abu Dhabi, a versão de exportação da viatura VBCI 8x8.
Figura 7: Viatura VBCI 8x8
A viatura é equipada com a torre T40, que também emprega o CTAS. A torre T40 tem capacidade para dois homens.
Há previsão, ainda, do emprego do sistema CTAS na viatura de reconhecimento 6x6 Jaguar, do exército francês.
MODERNIZAÇÃO DO TAM A CAMINHO
2º Sgt Ubal – CI Bld
Fonte: Exército Argentino (www.ejercito.mil.ar), Nexter Group (www.nexter-group.fr), Defesanet (www.defesanet.com.br) e Exército Brasileiro (www.eb.mil.br)