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A 1ª Guerra do Golfo

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A 1ª Guerra do Golfo

 

Figura 1: Esboço da área de operações
Fonte: https://www.tes.com/lessons/D-Ijh7p-U3Y2Gg/persian-gulf-war
 

A 1ª Guerra do Golfo foi um conflito armado que teve seu marco inicial em agosto de 1990. A crise começou quando o Iraque - um país com uma área um pouco maior que a do estado do Mato Grosso do Sul, uma população de 38 milhões de habitantes e um exército com mais de um milhão de soldados, a 4ª maior potência militar à época - governado pelo presidente Saddam Hussein, invadiu o Kuwait. Como pretexto, o líder iraquiano acusou o Kuwait de provocar a baixa no preço do petróleo ao vender mais que a cota estabelecida pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Com isso, o Iraque estaria perdendo mercado consumidor e precisando baixar o preço de seu petróleo no mercado internacional. Para diminuir os prejuízos, o Iraque pediu uma indenização milionária ao governo do Kuwait. O governo do Kuwait não aceitou a reivindicação e não efetuou o pagamento.

Cabe ressaltar que havia também outro problema envolvendo os dois países do Oriente Médio. O Iraque considerava o Kuwait uma província sua (ambas as nações haviam feito parte do território otomano de Baçorá), e reivindicava a posse do território. Como o Kuwait não pagou a indenização pretendida pelo Iraque e não entregou o território, o governo iraquiano enviou tropas que ocuparam o Kuwait, tomando seus poços de petróleo.

A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou a invasão e aprovou a Resolução 678 que dava ao Iraque até o dia 15 de janeiro de 1991 para retirar suas tropas do Kuwait. Em caso de recusa, os países membros da Coalizão teriam autoridade para usar "todos os meios necessários" para remover as forças iraquianas do território kuwaitiano.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos deslocaram tropas, blindados e aviões para a Arábia Saudita, preparando-se para uma ação militar.

Como o Iraque não retirou seu exército, a invasão militar no Iraque teve início em 17 de janeiro. Um ataque aéreo contra Bagdá foi a primeira ação militar de uma coalizão que envolveu 33 países (inclusive a Argentina). Mais de meio milhão de soldados das nações aliadas foram mobilizados, sendo deflagrada a Operação Tempestade no Deserto com objetivo de remover as forças iraquianas do Kuwait e restabelecer a sua soberania.

O confronto teve como palco os desertos do Iraque, Kuwait e Arábia Saudita sendo uma catástrofe completa para o exército de Saddam Hussein. Os avanços da Coalizão foram mais rápidos do que os generais americanos previram, pois a resistência inimiga foi menor e menos eficiente. As tropas iraquianas estavam enfraquecidas, desorganizadas e sem liderança. Com seus postos de comando e controle destruídos e suas linhas de abastecimento sob constantes ataques aéreos, elas simplesmente não tiveram como reagir. Com isso, a 26 de fevereiro, as forças iraquianas já haviam retraído em massa do Kuwait, incendiando centenas de campos de petróleo no caminho, como uma forma de retaliação. Enquanto se retiravam do Kuwait, rumo ao norte, as tropas iraquianas formaram um longo comboio que foi intensamente atacado pelo ar. Oficialmente, a 28 de fevereiro, o presidente americano, George H. W. Bush declarou um cessar-fogo e afirmou que o Kuwait havia sido libertado e estava seguro novamente. No final, as forças da coalizão destruíram o exército iraquiano em apenas quatro dias de combate terrestre.

A campanha aérea foi capaz de degradar o poder das tropas iraquianas, entretanto as divisões blindadas aliadas foram as responsáveis por anular centenas de carros de combate e viaturas blindadas de combate de fuzileiro inimigas.

A Guerra do Golfo introduziu recursos tecnológicos sofisticados, tanto no campo bélico como em seu acompanhamento pelo resto do planeta. O canal americano CNN transmitiu o ataque a Bagdá ao vivo e informações instantâneas sobre o desenrolar da guerra espalharam-se por todo o mundo. A propaganda norte-americana anunciava o emprego de ataques cirúrgicos, que conseguiam acertar o alvo militar sem causar danos a civis próximos.

As viaturas blindadas aliadas possuíam equipamentos que possibilitaram grandes operações noturnas graças a detectores de radiação infravermelha ou a sensores capazes de ampliar a luz residual. As Força-Tarefa Blindadas, compostas pelos carros de combate M1 Abrams e pela VBC Fuz Bradley destruíram, com uma facilidade inesperada, as divisões blindadas da Guarda Republicana. Os carros de combate dos aliados eram superiores aos modelos utilizados pelos iraquianos (Type 59 e Type 69 chineses e os T-54, T-55, T-62 e T-72 soviéticos). Além disso, as tripulações dos CC ocidentais eram melhores adestradas e ainda tinham comandantes de carro mais capacitados.

As munições usadas pelos carros iraquianos eram velhas, algumas tinham quase 30 anos de fabricação. Em seus paióis, o exército de Saddam Hussein possuía munições de fabricação soviética APFDS 3VBM-3/6/7/8, fabricadas nas décadas de 60 e 70. O poder de penetração máximo da versão menos defasada – 3VBM-8 - era de cerca de 330 mm RHA, ineficaz contra a proteção de 600 mm dos carros americanos.

Grandes batalhas de blindados foram travadas durante essa guerra. Nos combates de Khafji, de 73 Easting e de Al Busayyah os blindados da coalizão enfrentaram dezenas de carros iraquianos. Os ensinamentos desses embates são estudados em diversas escolas de blindados ao redor do mundo.

Por fim, a 1ª Guerra do Golfo Pérsico representou o maior esforço militar internacional desde a Segunda Guerra Mundial e a maior operação dos Estados Unidos desde o Vietnã. Esse conflito deixou um saldo de 35.000/55.000 iraquianos mortos e 292 mortos pelo lado da coalizão.

 

Figura 2: Carro de combate M1 Abrams
Fonte: https://www.quartoknows.com/blog/quartoexplores/tanks-in-the-gulf-war
 
 
 
 
AÇO, BOINA PRETA, BRASIL!

Varlei Edemundo Batista da Silva - S Ten
Adjunto de Comando do CI Bld
Carlos Alexandre Geovanini dos Santos - Ten Cel
Comandante do CI Bld
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