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O sistema de proteção Trophy para os carros de combate

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O sistema de proteção Trophy para os carros de combate

 

A corrida pelo desenvolvimento de novos armamentos segue paralela à criação de novas tecnologias para contê-los. A sombra de avançadas armas anticarro nos modernos campos de batalha assimétricos assombra até exércitos modernos. O poder e a sofisticação desses armamentos superou a capacidade das blindagens de derrotá-los sem sacrifícios inaceitáveis no peso e na mobilidade. O desenvolvimento das chamadas “proteções ativas” é uma tentativa de resposta a esse problema. Entre as nações que buscam soluções a serem empregadas nos campos de batalha, Israel desenvolveu um sistema de proteção denominado Trophy.

 

Figura 1: Mísseis e RPG usados pelo Hezbollah contra blindados israelenses
Fonte: www.ufjf.edu.br/defesa
 

O sistema começou a ser concebido depois da necessidade dos israelenses de proteger suas tropas blindadas, em especial as dos carros de combate Merkava IV, após os conflitos com as milícias do Hezbollah em 2006. Tais milícias utilizavam-se de mísseis e foguetes RPG (Rocket Propelled Grenades – Granadas Lançadas por Foguete) (Figura 1), muitas vezes em combate urbano, para abater as viaturas israelenses. Os ensinamentos colhidos desses conflitos ajudaram a desenvolver o Sistema de Proteção Ativa Trophy, cujo projeto foi liderado pela empresa israelense Rafael Industries Ltd, em parceria com Israel Military Industries – IMI e IAI/Elta.

O projeto incluiu o radar de controle de fogo Elta EL / M-2133 [1] F / G com quatro antenas de tela plana montadas no veículo, com um campo de visão de 360 graus, formando uma espécie de “bolha” de proteção (Figura 2). Esse radar é responsável por pesquisar, detectar, classificar, localizar e relatar possíveis ameaças à rede de computadores do veículo, criando uma capacidade de detecção de fogo hostil (HFD – Hostile Fire Detection).

 

Figura 2: Ilustração da “bolha” de proteção do sistema Trophy
Fonte: www.forte.jor.br
 

Quando um projétil é detectado, o computador interno calcula o vetor de aproximação. Uma vez que a ameaça é totalmente classificada, os computadores calculam o tempo e o ângulo ideal para disparar as contramedidas. A resposta vem de dois lançadores giratórios instalados nas laterais do veículo, dentro de um invólucro blindado, que disparam um número muito pequeno de Múltiplos Perfurantes Formados em Explosivos (MEFP – Multiple Explosive Formed Penetrators) (Figura 3), que formam uma matriz precisa direcionada a um ponto específico das ogivas das armas anticarro. O sistema é projetado para ter uma zona de morte muito pequena, de modo a não pôr em perigo o pessoal adjacente ao veículo protegido.

 

Figura 3: Funcionamento de detecção de ameaça do sistema Trophy
Fonte: breakingdefense.com
 

O sistema é projetado para funcionar contra todos os tipos de mísseis anticarro, foguetes e munições HEAT, incluindo armas portáteis, como RPG ou rifles sem recuo. O sistema tem condições de atuar simultaneamente contra várias ameaças, mesmo que essas estejam atacando de diferentes direções, sendo ainda, eficaz em plataformas fixas ou móveis e contra ameaças de curto ou longo alcance. O Trophy é um sistema modular que permite a conectividade a outros sistemas, como soft-kill, sistemas C4I (Comando e Controle, Computadores, Comunicações e Inteligência), estações de armas remotamente controladas, etc. As versões mais recentes incluem um recurso de recarregamento para múltiplos disparos e uma unidade de contramedidas aprimorada a ser disponibilizada, no futuro, para proteção contra munições de energia cinética.

Recentemente, a empresa americana Leonardo DRS firmou parceria com a fabricante Rafael para implantar o Sistema Trophy nos carros de combate M1 Abrams e nas viaturas blindadas Stryker 8x8. Em testes em campo, o Trophy conseguiu anular mais de 95 por centos de 300 foguetes disparados contra as viaturas, demonstrando sua eficácia na detecção e intervenção a ameaças anticarro.

Dessa forma, o sistema Trophy vem como um adendo para os carros de combate, permitindo uma maior proteção para as guarnições, especialmente tratando-se de combate aproximado e combate em localidade.

 

AÇO, BOINA PRETA, BRASIL!

Pedro Procópio de Castro – Cap
Instrutor do CI Bld
Carlos Alexandre Geovanini dos Santos - Ten Cel
Comandante do CI Bld
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