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As consequentes melhorias no apoio de fogo da Brigada dotada do obuseiro M109 A5 + BR

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As consequentes melhorias no apoio de fogo da Brigada dotada do obuseiro M109 A5 + BR

 

 

Figura 1: M 109 A5
Fonte: Artilharia Divisionária da 5ª DE
 

A missão geral da Artilharia de Campanha é: “apoiar a força pelo fogo, destruindo ou neutralizando os alvos que ameacem o êxito da operação. Ao cumprir essa missão, ela realiza as seguintes ações: apoia os elementos de manobra com fogos sobre os escalões avançados do inimigo; realiza fogos de contrabateria dentro do alcance de suas armas; e dá profundidade ao combate, pela aplicação de fogos sobre instalações de comando, logística e de comunicações, sobre reservas e outros alvos situados na zona de ação da força”. (manual de campanha, EMPREGO DA ARTILHARIA DE CAMPANHA, 3º edição,1997, 1-1 p).

Para que a artilharia consiga cumprir sua tarefa principal dentro das duas brigadas blindadas, utiliza atualmente a viatura blindada de combate obuseiro autopropulsado (VBCAOP) M108, o qual é dotado do calibre 105 mm e do alcance de 11.500 metros. Tal meio está distribuído no 3º GAC AP e no 5º GAC AP, que são os GAC orgânicos da 6ª Brigada de Infantaria Blindada, localizada em Santa Maria-RS e da 5º Brigada de Cavalaria Blindada, localizada em Ponta Grossa-PR, respectivamente.

Para as VBCOAP M108 e para os M109 A3 o sistema de pontaria se dá somente através de meios mecânicos como o Goniômetro Bússola (GB) e luneta panorâmica M117 / M117A2, além disso seu sistema de intercomunicação não está mais em uso devido ao desgaste do material e por não haver peças de reposição, sendo assim todos os comandos e comunicações são feitas através da “voz”. Outro fator importante é que a viatura não possui nenhum tipo de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN).

Com a aquisição da VBCOAP M109 A5+BR as brigadas blindadas passão a ter meios de apoio de fogo condizentes com a sua função, uma vez que o M108 leva muito tempo para entrar em posição, tem limitado poder de fogo e seu alcance não supre as necessidades da referida brigada. Entre a versão anterior e a atual há um aumento do calibre para 155 mm, que aumenta o poder de fogo do GAC e do alcance para 30.000 metros.

A tecnologia embarcada na nova viatura proporciona maiores possibilidades no emprego da artilharia blindada e aumenta sobremaneira suas capacidades. Todas essas tecnologias permitem comunicações digitais, locação da posição de forma automática, entrada em posição mais rápida, acompanhamento da trajetória do tiro e um sistema DQBRN.

As comunicações digitais feitas pelo rádio Falcon III tem a capacidade de transmissão de dados e o sistema de controle de armas realiza o controle dos tiros, das munições e os cálculos de tiro de forma automática.

O novo veículo também é dotado de GPS e de sistema de navegação inercial, o qual é responsável por fazer o levantamento digital da localização da viatura e por transmitir os dados para o Kearfott (Sistema de navegação e pontaria da viatura), excluindo a necessidade de um Levantamento Topográfico prévio das baterias obuses, ganhando-se tempo quando for preciso centralizar o tiro pelo fogo.

Os implementos citados permitem que a viatura pare e atire com grande precisão, que acompanhe o tiro com seus sistemas (“shoot-scoot”) e que leve em torno de 2 à 3 minutos para entrar em posição e atirar.

 

Figura 2: M 109 A5
Fonte: Artilharia Divisionária da 5ª DE
 

Para o tiro de uma VBCOAP M109 A5+BR o chefe de peça (CP) pode se deslocar para posição de tiro isoladamente, por meio das informações enviadas pelo S3 do GAC de forma digitalizada, através do rádio, para o sistema de controle de armas da viatura. Tal característica só é possível por existir um computador de tiro e um sistema de navegação que trabalham de forma integrada, o primeiro é responsável pelo cálculo do tiro para cada viatura e o segundo coloca todos os meios na mesma trama topográfica de forma digitalizada.

O acompanhamento da trajetória através do radar de velocidade inicial proporciona a medição da velocidade de saída da granada do tubo, sendo possível obter dados teóricos para melhorar a precisão do tiro, sendo desnecessário a execução de uma preparação experimental (Regulação). Isso vem aumentar a segurança das Baterias de Obuses (Bia O), uma vez que não haverá necessidade de expor uma peça aos meios de detecção do inimigo, trará uma economia de munição, aumentará a segurança das posições de tiro e simplificará as ações das centrais de tiro, pois não ficarão preocupadas com atualização dos elementos ajustados e a perda da validade dos mesmos. Os pedidos de Apoio de fogo poderão ser atendidos com maior velocidade e maior precisão), e maior capacidade de sobrevivência para a guarnição.

Quando dentro da área de posição, os cálculos de tiro são realizados automaticamente bem como os dados de pontaria, fatos que possibilitam a entrada em posição no tempo de dois a três minutos, e a facilidade da dispersão das peças, podendo utilizar melhor o terreno (não sendo necessário uma formação padronizada), diminuindo a eficiência dos fogos de contra bateria do inimigo, em função da possibilidade de aumentar a dispersão das peças da Linha de Fogo (LF). E conta com um sistema de defesa DQBRN na viatura.

 

Figura 3: Carregamento de munição no M 109 A5
Fonte: Artilharia Divisionária da 5ª DE
 

Cada bateria do GAC passou a contar com duas viaturas remuniciadoras M992 A2, essas viaturas acompanham as VBCOAP M109 A5+BR no terreno, haja vista possuírem o mesmo motor e chassi.

Com essas novas capacidades, os instrumentos ópticos e o sistema de pontaria tradicional só serão necessários caso a viatura esteja operando em modo degradado.

Ao analisar as capacidades de emprego da 6ª Brigada de Infantaria Blindada e da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada, percebe-se o crescimento da capacidade operacional e a automatização dos principais sistemas necessários à pontaria e ao tiro.

A grande quantidade de tecnologia embarcada permite um processo de pontaria mais rápido e preciso, além de agilidade na concentração de fogos. Dessa forma, os princípios fundamentais de emprego da artilharia continuam sendo cumpridos, porém de forma mais eficiente, descentralizada e segura, dando mais profundidade na manobra e maior poder de fogo.

 

 

AÇO, BOINA PRETA, BRASIL!
 
 

Eduardo Toledo Vieira – 3º Sgt
Instrutor do CI Bld
Carlos Alexandre Geovanini dos Santos - Ten Cel
Comandante do CI Bld
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